Tem gente que vive carregando um peso enorme no coração. Um erro do passado, uma escolha mal feita, uma palavra que feriu, um pecado que não devia ter sido cometido. Mesmo depois de pedir perdão a Deus, de confessar, de tentar recomeçar… o coração continua preso. Como se dissesse: “Deus me perdoou, mas eu não consigo me perdoar”.
Mas Jesus te convida a largar esse peso. Ele quer te ver livre. No Evangelho, encontramos um Jesus que não afasta os pecadores — pelo contrário, Ele os busca, se senta com eles, estende a mão. Quando a mulher adúltera é arrastada até Jesus, todos querem apedrejá-la. E Ele, com firmeza e ternura, diz: “Quem dentre vós não tiver pecado, atire a primeira pedra” (João 8,7). E depois que todos se vão, Ele diz à mulher: “Eu também não te condeno. Vai, e de agora em diante não peques mais” (João 8,11).
Olha que lindo: Jesus não nega o pecado dela. Mas Ele não a resume ao pecado. Ele a perdoa e a liberta para uma vida nova. E é isso que Ele quer fazer com você.
No momento em que você se confessou, com o coração arrependido, foi o próprio Jesus quem te perdoou. Ele mesmo disse aos apóstolos: “A quem perdoardes os pecados, serão perdoados” (João 20,23). Esse poder, Ele confiou à Igreja. Por isso, quando o padre diz “Eu te absolvo”, é o próprio Cristo te dando uma nova chance.
Mas por que é tão difícil perdoar a si mesmo? Porque às vezes, a vergonha grita mais alto que a esperança. A culpa sussurra mentiras: “Você não merece”, “você estragou tudo”, “nunca vai mudar”. E a gente começa a duvidar da misericórdia de Deus. Mas Jesus nos lembra: “Não vim chamar os justos, mas os pecadores” (Mateus 9,13). Ele veio justamente por você, que se sente pequeno, fraco, imperfeito.
Perdoar a si mesmo é um ato de humildade. É reconhecer que você caiu, mas que Deus te levantou. É aceitar que, mesmo com os seus limites, você é profundamente amado. “Levanta-te, a tua fé te salvou” (Lucas 17,19) — quantas vezes Jesus disse isso a quem buscava perdão e cura! E Ele continua dizendo isso a você.
Você não precisa se condenar para sempre. O seu pecado não é maior que o amor de Deus. Nada do que você fez pode impedir Jesus de te amar. “Se o Filho vos libertar, sereis verdadeiramente livres” (João 8,36). Mas é preciso acreditar nessa liberdade. Abraçá-la. Caminhar com ela.
Sim, você errou. Todos erramos. Mas se Deus, que é Santo, escolheu te perdoar… quem é você para insistir em se punir? Perdoar a si mesmo é confiar mais em Deus do que nos próprios sentimentos. É deixar que a graça seja maior que a culpa.
Se você já buscou o perdão, confesse a fé: você está limpo. Não viva como alguém condenado, quando Cristo já te salvou. Entregue esse peso a Jesus. Diga a Ele: “Senhor, eu creio que me perdoaste. Me ajuda agora a viver em paz comigo mesmo”.
Cristo te perdoou. Agora é sua vez: se perdoe, recomece e viva como quem foi alcançado por um amor que não tem fim.
