Com grande pesar, a Igreja Católica recebeu ontem, 21 de abril de 2025, a notícia do falecimento de Sua Santidade o Papa Francisco, aos 88 anos. Jorge Mario Bergoglio, o primeiro Papa jesuíta e também o primeiro pontífice vindo das Américas, deixa um legado profundo e transformador para a Igreja e para o mundo.
Durante seu pontificado, iniciado em 13 de março de 2013, Francisco foi um incansável defensor dos pobres, da justiça social, da ecologia integral e de uma Igreja próxima das pessoas. Sua liderança rompeu barreiras, abriu caminhos para o diálogo inter-religioso e enfrentou com coragem questões delicadas internas e externas à Igreja. Promoveu a sinodalidade como forma de governo e a escuta como ferramenta essencial para o discernimento eclesial.
Neste momento de luto e oração, os olhos do mundo católico se voltam para o conclave que se aproxima, onde os cardeais eleitores — a maioria nomeados pelo próprio Francisco — se reunirão na Capela Sistina para eleger o novo Sucessor de Pedro. Embora apenas o Espírito Santo conduza essa escolha, alguns nomes se destacam por sua influência, proximidade com a visão franciscana de Igreja e liderança pastoral.
A seguir, conheça os principais cardeais cotados para ocupar a Cátedra de São Pedro.
1. Cardeal Pietro Parolin (Itália)

- Idade: 69 anos
- Cargo Atual: Secretário de Estado do Vaticano
- Perfil: Diplomata experiente e muito próximo ao Papa Francisco, Parolin liderou diversas negociações delicadas, incluindo as relações com a China e acordos internacionais.
- Visão Eclesial: Moderado e pragmático, com tendência a manter o equilíbrio entre tradição e continuidade das reformas de Francisco.
- Chance real: Muito alta, segundo analistas do Vatican Insider e da revista The Tablet.
2. Cardeal Luis Antonio Tagle (Filipinas)

- Idade: 67 anos
- Cargo Atual: Prefeito do Dicastério para a Evangelização dos Povos
- Perfil: Considerado o “Francisco da Ásia”, é carismático, próximo dos pobres e defensor de uma Igreja missionária e acolhedora. Tem forte apoio em países onde o catolicismo cresce.
- Visão Eclesial: Reformista, com atenção aos marginalizados e grande foco na evangelização.
- Chance real: Alta, especialmente entre os cardeais do sul global.
3. Cardeal Matteo Zuppi (Itália)

- Idade: 69 anos
- Cargo Atual: Arcebispo de Bolonha e presidente da Conferência Episcopal Italiana
- Perfil: Figura conciliadora e engajada na busca pela paz, foi enviado por Francisco como emissário à Ucrânia. É respeitado por alas progressistas e tradicionais.
- Visão Eclesial: Fortemente pastoral, com ênfase na fraternidade e sinodalidade.
- Chance real: Alta, podendo ser uma escolha de consenso.
4. Cardeal Christoph Schönborn (Áustria)

- Idade: 80 anos
- Cargo Atual: Arcebispo emérito de Viena
- Perfil: Um dos arquitetos do Catecismo da Igreja Católica, Schönborn é teólogo respeitado e voz importante dentro da Igreja, embora já esteja fora da idade para votar no conclave.
- Visão Eclesial: Conservador em doutrina, aberto ao diálogo pastoral.
- Chance real: Baixa como papável, mas com grande influência moral.
5. Cardeal Peter Erdő (Hungria)

- Idade: 72 anos
- Cargo Atual: Arcebispo de Esztergom-Budapeste
- Perfil: Grande intelectual da Igreja, com estilo discreto e firme.
- Visão Eclesial: Mais conservador, defende clareza doutrinal e tradição litúrgica.
- Chance real: Média, especialmente se houver desejo de reequilíbrio doutrinário.
6. Cardeal Jean-Claude Hollerich (Luxemburgo)

- Idade: 66 anos
- Cargo Atual: Relator do Sínodo da Sinodalidade
- Perfil: Comprometido com o legado sinodal de Francisco, Hollerich é visto como voz progressista e articulada.
- Visão Eclesial: Fortemente sinodal, com atenção à diversidade cultural e social da Igreja.
- Chance real: Média a alta, dependendo da força dos reformistas no conclave.
7. Cardeal Robert Sarah (Guiné)

- Idade: 79 anos
- Cargo Atual: Prefeito Emérito da Congregação para o Culto Divino
- Perfil: Um dos favoritos entre os católicos tradicionais, Sarah defende com veemência a liturgia e a doutrina da Igreja.
- Visão Eclesial: Conservadora, centrada na fidelidade à tradição.
- Chance real: Baixa, mas com apoio firme de setores conservadores.
Um Papa, Muitos Caminhos
A escolha do novo Papa não é apenas uma questão institucional, mas um profundo momento espiritual para a Igreja. Com a morte de Francisco, encerra-se uma etapa histórica de abertura, escuta e conversão pastoral. Seu legado permanecerá vivo no coração dos fiéis e nas decisões futuras da Igreja.
Os cardeais se encontram agora diante de um discernimento crucial: manter os rumos de uma Igreja em saída, como Francisco tanto sonhou, ou retomar um modelo mais institucional e tradicional.
Independentemente do nome escolhido, a fé católica confia que será o Espírito Santo a conduzir este momento. Que o próximo Papa continue, com coragem e humildade, a missão deixada por Francisco de tornar a Igreja sinal vivo de amor, misericórdia e esperança para todos os povos.
Referências:
- Vatican News
- The Tablet (https://www.thetablet.co.uk)
- National Catholic Reporter (https://www.ncronline.org)
- Crux Now – John L. Allen Jr. (https://cruxnow.com)
- La Croix International (https://international.la-croix.com)
